Por um Combate à Cooperatividade Alienadora
Você já ouviu falar de uma proposta conhecida como educação cooperativa, do tipo “educar para cooperar”? Pois bem, essa iniciativa faz parte de um projeto neoliberal que vem assolando a educação básica brasileira, reforçando a educação integral, cujo principal pressuposto é integrar o estudante à sociedade. Mas o que há de errado nisso? Muita coisa! E é por isso que vamos desenvolver um programa de combate a esse projeto de consolidação das desigualdades, de culpabilização e de desumanização.
Esses projetos chegam às escolas com muita facilidade, seja promovendo ações “voluntárias” com camisetas padronizadas carregadas de propaganda – como as da John Deere –, seja organizando jornadas pedagógicas nos municípios com palestras altamente ideológicas, como as formações do SESI. Além disso, pintam banquinhos, enfeitam escolas e, sorrateiramente, introduzem projetos de educação financeira, empurrando goela abaixo ideias como “Educar é Cooperar”. E, como nos vendemos barato, desprotegidos da pedagogia – que, nas escolas, muitas vezes é vista como inimiga –, caímos feito tolos em um sistema que nos “compra” por um precinho camarada e, assim, levamos nossos estudantes junto conosco.
O projeto chamado “Feira das Resistências” nasce dessa necessidade de proteger os estudantes da nefasta ideia de pertencimento a uma sociedade que apenas reproduz desigualdades, serve aos bancos e aos empresários e, pior, os faz se sentirem culpados pelo próprio fracasso. Afinal, em um mundo desigual, só há uma certeza: a de que a maioria não vai conseguir.
O que significa cooperar? Depende. O ser humano, por sua natureza social, mantém a cooperação como uma ação necessária para a manutenção do vínculo coletivo. No entanto, quando a cooperação não visa à transformação, pode ser catastrófica, pois, muitas vezes, acaba perpetuando relações de submissão e violência.
Aqui, me aproprio de um historiador bem famoso, Reinhart Koselleck, que, na História dos Conceitos, nos ajudou a compreender que as experiências de nossas vidas podem ser surpreendentes ou apenas repetitivas, e que os conceitos são necessários para reunirmos nossas experiências e integrá-las à vida. Nós precisamos dos conceitos para entender nossos comportamentos, nossas ideias e, claro, nossas experiências. Assim, “conceitualizar algo, conceber algo significa, de um modo muito especial, que o ser humano é um ser que domina a linguagem e se serve dela” (Koselleck, 2020, p. 66).
Agora, nos é imposto o conceito de cooperar, e como podemos enxergar esse conceito de forma a conhecer o seu significado e nos servir dele? Primeiramente, quero expressar como o Sicredi, dentro do seu plano mágico de cooperar, se utiliza desse termo.
Para o Sicredi, cooperação é um princípio fundamental do cooperativismo de crédito, representando a ideia de que os associados trabalham juntos para o crescimento financeiro mútuo, em oposição à lógica competitiva dos bancos tradicionais. No discurso institucional, a cooperação envolve participação democrática, distribuição de resultados e investimento na comunidade, promovendo um modelo econômico em que os indivíduos se ajudam para prosperar coletivamente. Para a educação, esse conceito é tratado como um meio de formar cidadãos financeiramente responsáveis e engajados na lógica do cooperativismo, enfatizando valores como solidariedade, empreendedorismo e autonomia econômica.
Agora, desconstruir um conceito esvaziado como esse, proposto pelo Sicredi, é desenvolver uma complexidade temática que ninguém teria paciência para ler. Entretanto, vou pontuar o conceito de cooperação de forma a combater esse olhar institucionalizado no qual o banco se propõe. Resumidamente, a história da humanidade nos apresentou formas distintas de cooperação. Algumas, como nas sociedades tupi-guarani, na Mesopotâmia, no Egito, entre tantas outras, visavam à cooperação dentro do trabalho e da própria sociedade, como um elemento essencial para a manutenção daquela estrutura. Na agricultura, por exemplo, os sumérios plantavam de forma coletiva, garantindo a todos o acesso (ou não) ao alimento produzido. Mas havia também ocasiões em que todos cooperavam para o sagrado, como na construção das pirâmides ou nos rituais antropofágicos dos tupinambás.
Enfim, quando falamos de cooperar, falamos do trabalho e da manutenção da sociedade. Por isso, a cooperação no trabalho reside na manutenção de estruturas de dominação, como na República Romana, onde a cooperação validava um processo de exploração de mão de obra escravizada. Da mesma forma, a servidão estava presente no feudalismo, assim como a exploração da mão de obra indígena e africana na América Portuguesa. Mas e na sociedade capitalista atual?
Aqui se faz necessário visitar uma obra clássica e bastante presente desde o século XIX, onde um sujeito demonizado por muitos (que nunca leram um trecho dos seus escritos) nos falava sobre o tal cooperar. Na sociedade capitalista, onde o trabalho é vendido ao capitalista, que faz usufruto da força de trabalho, não percebemos uma cooperação mútua entre esses sujeitos, como nas guildas medievais ou nas sociedades indígenas, onde o fruto do trabalho poderia ser redistribuído. No capitalismo, é o capitalista quem determina a aglomeração de trabalhadores e o local de trabalho. É a capacidade do capitalista de possuir os meios de produção que garante a cooperação dos trabalhadores assalariados. Daí já percebemos uma mudança importante na forma de cooperar na sociedade atual.
Portanto, quando o Sicredi fala em cooperar para juntos obterem um crescimento financeiro mútuo, trata-se de uma falácia – pois ele é um banco que mantém dentro da sua estrutura a lógica do mercado financeiro, que é obter lucro a partir da competição com outros bancos! Os associados não possuem igualdade no poder de decisão da cooperativa, e os lucros são redistribuídos de forma desigual. Ou seja, quem tem maior capacidade de depositar e movimentar o dinheiro acaba tendo uma parcela maior nos dividendos. Cooperar, nesse contexto, é manter um sistema financeiro altamente lucrativo e desigual!
Voltando ao assunto da cooperação, já que o “carinha” que eu mencionei antes era um tal de Karl Marx (a maioria acha que conhece, mas não conhece), essa ideia de cooperação no capitalismo (no qual o Sicredi se encaixa muito bem) é descrita da seguinte forma:
Somos pessoas independentes, que podemos escolher colaborar com os outros, como nas decisões de bairro, condomínio, associações etc. Mas e quando trabalhamos, essa lógica permanece? Assim, Marx nos responde:
“Como cooperadores, membros de um organismo laborativo, eles próprios (os trabalhadores) não são mais do que um modo de existência específico do capital. A força produtiva que o trabalhador desenvolve como trabalhador social é, assim, a força produtiva do capital.” (Marx, 2013, p. 408)
Resumidamente, para o capitalismo (razão da existência do Sicredi), cooperar não opera para o bem da humanidade, mas sim para a manutenção da lógica da sociedade capitalista, estruturada pela desigualdade, exploração e lucro. Dessa forma, quando pensamos no cooperar pela proposta da educação cooperativa do Sicredi, não conseguimos produzir nenhuma atividade cooperativa que emancipe um grupo ou resista a uma imposição. Sempre observamos a cooperação como instrumento de coação para “juntos fazermos algo para alguém”. De forma simples, cooperar para o Sicredi é do tipo “todos por um”.
E é essa lógica de cooperar que nós temos que desconstruir a partir da nossa Feira. Afinal de contas, cooperar para transformar é “um por todos” e não “todos por um”!
Por fim, gostaria de apresentar o conceito de cooperação da nossa proposta, que diverge muito da opção criada pelo Sicredi.
Cooperar é agir coletivamente para transformar, não apenas para manter. É um movimento que deve permitir autonomia e igualdade na participação, sem reproduzir lógicas de exploração. A verdadeira cooperação se dá quando há uma divisão justa dos frutos do trabalho e um comprometimento com mudanças estruturais, e não quando ela serve para perpetuar um sistema que beneficia poucos às custas de muitos.
É uma pena, mas nossa condição de trabalho nos exclui de reflexões pedagógicas importantes e, muitas vezes, fragilizados, professoras e professores se veem à margem do que chamo de “negacionismo pedagógico”, que são práticas e ideias fomentadas por setores dominantes, neste caso em especial, a proposta de educação para cooperar do Sicredi. Por isso, é importante debatermos (sucintamente) a ideia pedagógica por trás da proposta do banco e a da nossa Feira das Resistências.
Os alunos
Não quero ficar prevendo como um coach o fato de que nunca pensamos no que um aluno é, mas sim, voltar a essa reflexão tão importante dentro da nossa práxis em sala de aula. O que é um aluno? Bom, primeiramente, quero apresentar o que percebi dentro da proposta do Sicredi, e isso é importante: como um agente desumanizador. A própria proposta pedagógica do Sicredi exclui fontes e autores; de tão colaboradores que são, acabaram com o senso de construção e posição individual. Mas vou tentar definir o que é um aluno a partir do que o site do Sicredi nos apresenta:
Para a proposta do Sicredi, os alunos são cidadãos do futuro, preparados para atuar de forma responsável e colaborativa dentro da sociedade, compreendendo a importância da cooperação, do empreendedorismo e da educação financeira. Através do aprendizado sobre valores como solidariedade, participação democrática e desenvolvimento sustentável, os estudantes são incentivados a assumir um papel ativo na comunidade, entendendo que a cooperação é um caminho para o crescimento coletivo e a inclusão social. Dessa forma, a educação cooperativa busca formar indivíduos autônomos, engajados e comprometidos com um modelo econômico mais justo e equilibrado, baseado na colaboração e na prosperidade compartilhada. (sicredi.com.br)
Pessoas, é claro que esta síntese foi retirada da página do Sicredi, onde mais uma vez denuncio que, entre palavras bonitas e intenções ocultas, não há nenhuma autoria declarada. É como se o texto tivesse sido escrito pelo próprio banco! E com isso, nós temos uma ausência de teoria e de uma ideia de aluno que o considere como um ser humano.
Por exemplo, a ideia mostrada pelo Sicredi reforça a posição do estudante como um ser sem ação, apenas treinado para seguir os preceitos sociais dos quais o banco valoriza, como a cooperação para o capital, o empreendedorismo e a educação financeira – elementos que transformam os estudantes em potenciais clientes.
Lógico que tudo isso vem carregado de uma demagogia escancarada em valores bem aceitos socialmente, como inclusão social, participação democrática e desenvolvimento sustentável, que, nos moldes da estrutura da sociedade capitalista, não deram certo. Por isso, a ideia de aluno pelo Sicredi cria um sujeito alienado, pertencente a um sistema no qual não tem controle nem ação, porém, é qualificado como responsável por tal mudança.
Ora, como um aluno que foi construído para ser dominado vai conseguir melhorar o mundo que o exclui, a partir daquele próprio mundo? Impossível, não é? Por isso, é importante construirmos dentro da nossa proposta metodológica, que combate ativamente a pseudo-pedagogia sicrediana, uma coesão acerca do que é um estudante para nós. E, é óbvio, ele será um ser humano, certo?
Tem um autor bem admirado e odiado que é essencial quando pensamos no que é um aluno. Estou falando de Paulo Freire. Observem a diferença entre a concepção sicrediana e freiriana a partir da visão de Freire:
“A concepção e a prática ‘bancárias’, imobilistas, ‘fixistas’, terminam por desconhecer os homens como seres históricos, enquanto a problematizadora parte exatamente do caráter histórico e da historicidade dos homens. Por isso mesmo, os reconhece como seres que estão sendo, como seres inacabados, inconclusos em e com uma realidade que, sendo histórica, também é igualmente inacabada. Na verdade, diferentemente dos outros animais, que são apenas inacabados, mas não são históricos, os homens se sabem inacabados. Têm consciência de sua inconclusão. Aí se encontram as raízes da educação mesma, como manifestação exclusivamente humana. Isto é, na inconclusão dos homens e na consciência que dela têm.” (Freire, 2022, p. 101-102)
Mas, para quem detesta Freire ou acha que sua corrente pedagógica libertadora é a única a conceber um aluno como ser transformador, apresento a vocês a perspectiva histórico-crítica, que será o norte metodológico da Feira das Resistências, através de Demerval Saviani (2021, p. 158):
“A pedagogia histórico-crítica considera que os educandos, enquanto indivíduos concretos, se manifestam como unidade da diversidade, uma rica totalidade de determinações e de relações numerosas, síntese de relações sociais. Portanto, o que é do interesse desse aluno concreto diz respeito às condições em que se encontra e que ele não escolheu. Logo, também a geração atual não escolhe os meios nem as relações de produção que herda da geração anterior; e sua criatividade não é absoluta, mas se faz presente. Sua criatividade vai se expressar na forma como assimila essas relações e as transforma. Então, os educandos, enquanto concretos, também sintetizam as relações sociais que não escolheram. Isso anula a ideia de que o aluno pode fazer tudo pela sua própria escolha. Essa ideia não corresponde à realidade humana.”
Dessa forma, enquanto o aluno sicrediano é obrigado a se adaptar e melhorar um sistema do qual não tem controle, o estudante da Feira das Resistências deve ter consciência do seu mundo e do seu potencial para transformá-lo. De maneira geral, o aluno sob a nossa perspectiva é um ser humano que recebeu condições materiais que ele não escolheu, mas nem por isso deixa de ter a capacidade de transformá-las. Por isso, precisamos desenvolver uma consciência transformadora nos nossos estudantes.
A Pedagogia
Esse é um dilema das professoras e professores da educação básica. Qual pedagogia nós usamos em sala de aula? Será que conseguimos burlar o sistema que nos impõe uma indiferença quanto ao nosso potencial de transformação?
Muitas vezes, a gente usa apenas a nossa experiência e pronto. E sejamos sinceros: não tem problema algum. Até porque a elite econômica inventa propostas de educação a partir dos seus interesses, sem método e sem experiência. Mesmo sem pedagogia, nós somos mais humanos e mais experientes.
Vejamos a proposta pseudo-pedagógica sicrediana:
“A proposta pedagógica do Sicredi para a educação cooperativa está fundamentada na construção de uma cultura da cooperação, integrando educação financeira, empreendedorismo e valores de participação coletiva. O modelo adota uma abordagem interdisciplinar, incentivando metodologias ativas que envolvem projetos, debates e experiências práticas para que os alunos compreendam os princípios do cooperativismo. A formação se dá por meio de programas e iniciativas voltadas à promoção da cidadania financeira, do desenvolvimento sustentável e da gestão democrática, estimulando a autonomia e o protagonismo dos estudantes na construção de soluções colaborativas para desafios sociais e econômicos (sicredi.com.br).”
Lendo de forma desatenta, fica bem bonitinha a proposta, porém, vamos repensar primeiramente o que é pedagogia. Ah, usaremos a linha histórico-crítica para nossa Feira das Resistências, e um dos principais pensadores dessa área é o professor Demerval Saviani. Ao contrário da pseudo-pedagogia sicrediana, eu aponto os autores e correntes teóricas, até porque elas não são invenções ou adaptações de sistemas econômicos. Bom, parto de um breve objetivo da pedagogia, no qual “como teoria da educação, busca equacionar, de alguma maneira, o problema da relação educador-educando, de modo geral, ou, no caso específico da escola, a relação professor-aluno, orientando o processo de ensino e aprendizagem” (Saviani, 2021, p. 153). Nesse sentido, a pedagogia não se limita a um conjunto de métodos didáticos, mas se constitui como um campo teórico que analisa e fundamenta as práticas educativas, considerando seu papel social e histórico.
E aqui eu quero ressaltar que, para a proposta pedagógica histórico-crítica, a reflexão e a crítica social são indissociáveis, mas, para isso acontecer, precisamos manter em nossa prática educativa os conjuntos de conhecimentos tradicionais que a humanidade desenvolveu, como os das artes, linguísticos, culturais e científicos – acho que educação financeira não se encaixa em nenhuma delas. Dessa forma, a transmissão de conteúdos continua sendo um elemento importante, sem aquela ideia de mediação que o Sistema “S” impõe na sua prática de educação integral. Nós, docentes, temos, sim, a responsabilidade de instrumentalizar nossos estudantes para que construam possibilidades de resistência às imposições do seu mundo, sendo, assim, potencialmente transformadores.
Claro, para isso, podemos inserir metodologias ativas e práticas lúdicas, porém, cuidado: a gamificação não é uma saída, pois reproduz a meritocracia e a lógica de reprodução de resultados, impedindo ações reflexivas e críticas. Uma ideia prática para uma educação voltada à reflexão e à crítica é a problematização – algo que a Feira das Resistências vai propor.
Além disso, não caia na “lorota” do aluno protagonista, até porque sabemos que o protagonista luta para manter tudo como está. Ele não muda, não transforma, apenas se destaca. E num mundo de desigualdades, valorizar o protagonismo é o mesmo que valorizar o vilão da história.
Então, vamos desconstruir a prática sicrediana, modificando a cultura de cooperação para uma ideia de que cooperar é construir uma ação para transformar. Que o coletivo tem força quando luta contra o sistema, não quando trabalha para ele. Que não teremos a capacidade de construir um desenvolvimento sustentável, de participar ativamente da democracia e de ter um protagonismo verdadeiro se não mudarmos o sistema para algo no qual realmente fazemos parte.
Cooperar é para romper!
A Feira das Resistências será um espaço potente para a reflexão e a construção de uma visão crítica sobre a história e a sociedade. Ao articular pesquisas históricas sobre grupos de resistência que enfrentaram estruturas dominantes, o projeto permitirá que os estudantes do 9º ano compreendam a cooperação não como um instrumento de manutenção do status quo, mas como uma ferramenta de transformação social. Além da Feira Científica da escola, a realização do evento em outubro de 2025 fortalecerá o engajamento dos estudantes em práticas pedagógicas que conectam conhecimento acadêmico e ação social. Vai ser um espaço essencial para questionar discursos institucionalizados sobre cooperação e protagonizar novas formas de resistência.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 83. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2022.
KOSSELLECK, Reinhart. História dos conceitos. 2. ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 2020.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Boitempo, 2013.
SAVIANI, Demerval. Conhecimento escolar e luta de classes. Campinas: Autores Associados, 2020.
SICREDI. Cooperativas Escolares. Disponível em: https://www.sicredi.com.br/site/fundacao/cooperativas-escolares/. Acesso em: 5 mar. 2025.
SICREDI. Educação cooperativa: conheça a plataforma de cursos online gratuitos do Sicredi. Disponível em: https://www.sicredi.com.br/site/blog/cooperativismo/educacao-cooperativa-conheca-plataforma-cursos-online-gratuitos-sicredi/. Acesso em: 5 mar. 2025.
SICREDI. Programa Crescer. Disponível em: https://www.sicredi.com.br/site/fundacao/programa-crescer/. Acesso em: 5 mar. 2025.