Por: João Henrique Couto Scotto

Xilogravura "invertida" - a imagem do europeu para o indígena

Durante séculos, as imagens contaram uma história apenas de um lado. Nas xilogravuras produzidas por artistas europeus como Hans Staden, Theodor de Bry ou Jean de Léry, o indígena aparece como selvagem, exótico ou perigoso. Essas imagens circularam pela Europa como prova de uma suposta “missão civilizadora” e serviram para justificar a catequização, a escravidão e o extermínio dos povos da terra.

Mas e se o olhar fosse outro? E se as mãos que segurassem as goivas fossem indígenas?
Como seria o europeu retratado pelos olhos daqueles que viram chegar os homens de ferro, os portadores da doença e da cobiça?

Este projeto propõe inverter a perspectiva: criar xilogravuras que mostrem o europeu sob o olhar tupinambá — não como herói ou descobridor, mas como sinal de um apocalipse.
Aqui, o aluno deixa de reproduzir a história contada pelo colonizador e se torna o criador de uma contra-imagem, uma narrativa visual de resistência.

A seguir, apresentamos algumas das xilogravuras originais europeias — os registros que moldaram o imaginário colonial e que agora serão reimaginados, reinterpretados e revertidos pelos alunos do 1º ano. Essas imagens estarão no site www.brasilianaiconografica.art.br que você poderá acessar a seguir;

Agora que conhecemos o olhar europeu sobre os povos da terra e pensamos em inverter essa perspectiva, é hora de colocar as mãos na madeira. A xilogravura é uma técnica antiga, artesanal e profundamente simbólica — cada corte no bloco de madeira é também um gesto de memória. Ao aprender a gravar, você se torna parte de uma tradição que uniu arte e resistência.

Os vídeos abaixo mostram, passo a passo, como criar sua própria xilogravura: do desenho inicial ao momento mágico da impressão.
Não é necessário ter experiência prévia — apenas atenção, cuidado com as ferramentas e vontade de expressar uma ideia.

As datas para realização da atividade e entrega serão combinadas em sala de aula